CAMPEONATO PAULISTA – SÃO PAULO F.C. X CAMPINASAKDMIA [SUB-13]

Fala, pessoal!

Logo após o jogo do sub-12 (leia aqui), foi a vez do sub-13 entrar em quadra com o duelo entre o atual campeão paulista e vice estadual (São Paulo) e o terceiro colocado do ano passado (Regatas de Campinas). Como havia dito na matéria anterior, as duas equipes dividiam a primeira posição da chave com 16 vitórias em 17 jogos.

A única derrota do time anfitrião (SPFC) foi justamente para o Regatas (CCRN) pelo placar de 69×63 em Campinas. Já os visitantes estavam invictos até pouco tempo, onde perderam para o Corinthians na partida anterior por 50×33.

E vamos logo para o jogo porque tiveram MUITOS pontos interessantes a serem destacados.

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1º quarto:

Logo de início é possível ver o ala Júlio Cesar (11,4 PPJ) explorando muito seu jogo físico. Júlio é um ala (pelo jeito que jogou, não se pode colocá-lo mais nem como ala/pivô) muito atlético e explosivo, então após recuperar o rebote ofensivo, o camisa #18 disparava em direção a cesta e era impossível pará-lo.  Aliás, seu controle de bola está muito melhor e ele mudava bem de direção nessas descidas em velocidade. Levou tanta vantagem nesse ponto que acabou fazendo os 6 primeiros pontos de sua equipe.

arruda1QArruda, armador do SPFC

Mas nem só de transição viveu o SPFC nesse início. O jogo de 5×5 foi muito bem orquestrado pelo armador Matheus Arruda #9. Se ano passado sua presença em quadra era mais contida, esse ano o garoto vestiu a camisa de armador e é outra postura. Levou a bola com muita segurança, cabeça erguida, ditando o ritmo. Grande evolução.

https://web.archive.org/web/20180908140657im_/https:/i0.wp.com/www.arearestritiva.com.br/wp-content/uploads/2018/07/caua_17_3Q.jpg?resize=212%2C291Kauan #17, ala/pivô do CCRN

A defesa da casa estava muito bem e, por ser um time bem alto, dificultava bem o jogo interno. No entanto, o ala/pivô campineiro Kauan conseguiu fazer boas jogadas embaixo da cesta quando acionado, usando bem fintas e jogo de pés. Com sua presença, Júlio acabou se complicando em faltas e precisou sair do jogo.

Quem conseguiu infiltrar bem foi o ala Gianluca (6,31 PPJ), que apesar da forte defesa tricolor, foi feliz em sua investida. Pelos donos da casa, outro ala que se destacou foi Daniel, que além de alto mostrou muita qualidade nas suas finalizações internas (fez 5 pontos no quarto). Sinceramente não lembro dele no time de 2017, mas foi um jogador bem interessante de se observar.

No final desse primeiro quarto, com defesas muito intensas e jogadores altos, dava a impressão de estar vendo um time sub-14! Mas ainda tinha mais com que me surpreender.

Final de primeiro quarto: SPFC 11 x 6 CCRN

2º quarto:

https://web.archive.org/web/20180908140657im_/https:/i2.wp.com/www.arearestritiva.com.br/wp-content/uploads/2018/07/2Q-1.jpg?resize=578%2C226Segundo quarto

Aqui cabe uma observação. Como foi a primeira partida que cobri do SPFC sub-13 esse ano, não sei se isso acontece sempre mas Matheus continuou como armador e não Gustavo – fiquei sabendo que o armador estava se recuperando de lesão, e de fato foi bastante poupado. Matheus não sentiu o cansaço e já mandou um floater para abrir o placar.

A resposta veio do armador/ala/pivô Henrique Lúcio (cestinha do time com 13,4 PPJ), que recebeu embaixo da cesta e não perdoou. E foi uma movimentação muito boa por parte do Campinas, visto que o SPFC estava com um time tão alto quanto o do primeiro quarto. Mas eu falei que Henrique era um armador/ala/pivô, certo? Deixe-me explicar melhor.

https://web.archive.org/web/20180908140657im_/https:/i1.wp.com/www.arearestritiva.com.br/wp-content/uploads/2018/07/henrique_arma_q2.jpg?resize=530%2C304Henrique armando o ataque campineiro

Em muitos momentos, era o camisa #10 que levava a bola ao ataque e desenrolava a jogada. Mas quando digo isso, não é que ele saía batendo bola e entregava na mão do armador. De forma alguma! Era ele que recebia o fundo bola, ia para o ataque e soltava a bola, caia na lateral e, possivelmente, se posicionava no pivô para receber de costas para cesta. É muito interessante observar como o Regatas aproveita a versatilidade do garoto. Parabéns a comissão técnica que vem desenvolvendo um tipo raro no basquete brasileiro (digo raro mas acredito ser único).

Para se ter uma ideia da dificuldade em marcá-lo, os visitantes colocam dois bloqueios próximo a cesta para ele conseguir receber na zona morta. No segundo bloqueio não ocorriam trocas e era preferível dobrar no armador/ala/pivô e deixar o área pintada mais livre do que deixá-lo à vontade.

luciobox_2QDefesa box sobre Henrique

Voltando ao jogo, os visitantes passam a marcar pressão quadra inteira mas o SPFC sai passando muito bem e encontra o pivô Gustavão (6,5 PPJ) para finalizar . A defesa residente também melhora a marcação sobre Henrique e dificulta as finalizações com qualidade por parte do adversário. Quem se aproveita disso é Igor que faz mais 2 pontos em saída rápida.

Tempo pedido pelos visitantes com 4min39s por jogar e 17×8 no placar.

Na volta, os campinenses voltam mais agressivos, principalmente na área pintada, onde Henrique e o ala/pivô Caio somam 4 pontos e diminuem a diferença para 5 (17×12 com 2min20s restantes). Os dois fizeram uma boa dupla e criaram uma belíssima jogada, mas que não resultou em cesta. Após receber os bloqueios, Henrique fica de costas para cesta e encontra Caio embaixo do aro com um passe maravilhoso – no melhor estilo Arvydas Sabonis (vixi, tô velho mesmo, troca por Nikola Jukic!).

A pressão do Regatas passa a funcionar e o time da casa para nos 17 pontos, permitindo que o ala João Passos empatasse a partida com 44.5s restantes. Mas a resposta veio com o armador Matheus, que dribla meio mundo e consegue deixar seu time na frente.

Final de segundo quarto: SPFC 19 x 17 CCRN

3º quarto:

Nesse momento começa a soar no ginásio a música tema criada por John Williams para um grande herói da DC. Olho para a quadra e me pergunto: é um pássaro? É um avião? Não! É o filho de Jor-El, nascido em Krypton: Kal-El!

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Ok, chega de palhaçada.

Durante o campeonato, ficava sempre de olho nas estatísticas do sub-13 e percebi que tinha um nome novo ali no meio – e se destacando: Kalleu (6º cestinha do campeonato com 13,42 PPJ). Fiquei curioso, falei com alguns pais de jogadores do São Paulo e me falavam que o garoto jogava muito, com um estilo parecido com o do Júlio inclusive.

Bom, para aumentar minha ansiedade, o jogador só entrou no segundo tempo – e parece ser a prática de Dinho, de colocá-lo apenas nos dois últimos quartos. Kalleu é um ala alto, rápido, objetivo e com bom controle de bola. Nesse quarto, o time da casa espaçava bastante os jogadores e o camisa #20 ficava com muita liberdade para infiltrar e abusar de sua velocidade. Ele fez, nada mais nada menos que, 13 dos 15 pontos do time!

Uma curiosidade do ala é que ele jogou o campeonato paulista de 2017, mas não pelo sub-12, e sim pelo sub-13 de Guarulhos (imagino que não havia sua categoria).

Mas esse espaçamento dos são-paulinos, embora muito favorável ao ataque do time, na defesa acabaou favoreceu o ala/pivô Kauan, que fez belas jogadas de infiltração, mostrando muitos recursos. O jogador do Regatas foi outro que melhorou muito de 2017. Está muito mais ativo (ataque e defesa) e se desloca muito bem na corrida para o ataque e volta para defesa – inclusive, deu um belo toco e saiu no melhor estilo Dikembe Mutombo “no, no, no”.

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Fonte: Giphy

O Regatas passa bem a bola no quarto e consegue infiltrar com Nicolas e a diferença que havia sido de 7, já cai para 1 e o banco visitante vibra muito!

Final de terceiro quarto: SPFC 34 x 33 CCRN

4º quarto:

https://web.archive.org/web/20180908140657im_/https:/i0.wp.com/www.arearestritiva.com.br/wp-content/uploads/2018/07/4Q-1.jpg?resize=583%2C273Último quarto

O último quarto já começa com o Júlio fazendo seu bom e velho coast-to-coast e finalizando com bandeja. Após erro no ataque o time do Regatas pressiona quadra inteira o time da casa, porém uma vez no ataque, deixaram um caminho livre em direção ao garrafão para Júlio invadir e sofrer falta.

A resposta veio de Caio, que recebe livre de Henrique no perímetro – seu marcador havia flutuado bastante – então o camisa 11 corta e arremessa de média distância, não deixando o SPFC disparar na dianteira.

A pressão quadra inteira continua mas o Regatas não deixa espaços dessa vez e quase recupera a posse no 5×5. Com o tempo estourando, Gustavinho arremessa pressionado e erra, mas Kalleu escapa do box out, pega o rebote ofensivo e faz mais 2. Esse foi um dos fatores que pesou para o Regatas. Por ter jogadores altos e fortes, o time tricolor foi melhor no rebotes e pegou 11 (3 ofensivos) no último quarto contra 3 dos visitantes.

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Para aproveitar esse bom momento, Gustavinho ainda manda uma bola de três após seu defensor não conseguir sair do bloqueio e coloca o SPFC 6 pontos na frente com 6min50s por jogar. E aqui cabe destacar a ótima defesa de Gustavinho, que conseguia evitar que o jogador que marcasse recebesse o handoff do companheiro, dificultando a armação do Regatas. E ainda, na mesma jogada, Gustavão dá um toco. Ótima sequência defensiva!

O Regatas tem dificuldade em se aproximar da cesta, mas as bolas de longa distância não estavam indo bem (aproveitamento de 1/9 no jogo). Após mais uma tentativa de fora, tempo é pedido com 43×35 no placar e 4min32s no cronômetro.

O pedido de tempo fez bem aos campineiros, que acertaram um jump com João Passos e causaram turnover com a pressão quadra inteira. Os campinenses não conseguem converter e, em contra-ataque puxado por Kalleu, o ala encontra Gustavão entrando pelo meio do garrafão, mas o pivô estava desequilibrado e passa (é um ótimo passador) para o ala Igor (8,52 PPJ) completar a assistência.

https://web.archive.org/web/20180908140657im_/https:/i0.wp.com/www.arearestritiva.com.br/wp-content/uploads/2018/07/gust_igor.jpg?resize=586%2C298Assistência de Gustavão para Igor em contra-ataque

Os visitantes ainda buscam os arremessos mais longos mas obtém sucesso quando Henrique infiltra e faz mais dois. Isso empolga o time e João dá um tocaço de tabela na defesa. No entanto, a desatenção durante as saídas rápidas dos anfitriões prejudicavam muito a reação dos campinenses e o jogo foi se definindo.

Final de jogo: SPFC 53 x 39 CCRN

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Com esse resultado, o São Paulo assumiu a liderança do grupo e o Regatas vem logo em seguida, com a vice-liderança. Parabéns para as duas equipes, recheadas de talentos e que com certeza estarão brigando firme pelo título de 2018.

É isso, pessoal, um abraço e até a próxima!

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